Nascido em Atalaia- AL, em 21/10/45, Odijas Carvalho de Souza era líder estudantil na Universidade Rural de Pernambuco e militante do PCBR – Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Perseguido, passou a atuar na clandestinidade, juntamente com a sua esposa e também militante, Maria Yvone de Souza Loureiro. Desenvolveu atividades em Pernambuco, Alagoas e Ceará.
Preso em 30 de janeiro de 1971, na praia de Maria Farinha, com a companheira de partido Lylia da Silva Guedes, foi barbaramente torturado durante 17 horas, no DOPS, no Recife, sob as ordens do delegado José Silvestre, vindo a falecer dois dias depois. O atestado de óbito do Instituto de Medicina Legal, com a assinatura do médico-tenente da Polícia Militar, Ednaldo Paz de Vasconcelos, apontou como causa mortis uma “embolia pulmonar. O seu falecimento foi divulgado na imprensa local somente em 28 de fevereiro, sendo sepultado com indigente.
Depoimentos de Lylia Guedes, Alberto Vinícius, Tarzan de Castro e Cristina Rizzi, presos em celas contíguas, atestam a morte de Odijas sob tortura. Versão que foi, finalmente, oficializada pela Comissão da Verdade de Pernambuco. Mas em função das limitações da Lei da Anistia de 1979, os seus algozes, executores e mandantes, continuaram impunes.
Em 2012, a UFRPE, em parceria com o Diretório Central dos Estudantes, realizou a cerimônia de rematrícula de Odijas. O ato foi símbolo do reconhecimento da Instituição e toda a sociedade ao erro irreparável, aos crimes imprescritíveis e à violação dos direitos humanos contra Odijas e todos os que foram assassinados naquele período.
